sexta-feira, 23 de julho de 2010

O acaso pontepretano é tão caprichoso que parece mentira

Todo mundo sabe que eu não aguento mais ver o André jogando na Ponte. Ele é remanescente daquele grupinho podre que desandou aquela Ponte Campeã do Interior de 2009. Aquele grupinho de pés-de-cana que acham que a Ponte Preta é um Grêmio Prudente que tem torcida mista, paga um salarião, está numa grande cidade, com muitas mulheres e lugares legais para curtir...
Pois hoje, chegando ao Majestoso, o Rodrigol me perguntou o meu Zé, que está com cinco anos. Contei porque o Zé não tinha ido mas fiquei com a sensação de que ele não acreditou. Ele deve ter ficado achando que eu tava de pegação no pé no pereba. Mas foi exatamente assim que aconteceu:
Férias escolares do Zé e os primos dele vieram de Curitiba passar uns dias, e tinha jogo da Ponte. A mãe dos primos não deixa eles irem no estádio e o Zé estava com saudade, querendo brincar com eles.
Pois bem, eu estava com saudade era do Majestoso, de ver a Ponte jogar do meio da muvuca. Último jogo tava chovendo e eu fiquei no "cobertinho". E queria ir com o Zé. Fui buscar ele na casa da vó e, depois de algum debate, ele resignou, se despediu do primo e fomos para o Majestoso. Dei a volta na quadra e parei no posto para colocar gasolina enquanto ele trocava de camisa, pela da Ponte.
Ele tirou a camisa, pegou o mantinho sagrado dele e me perguntou: Pai, quem é o DEZ da Ponte?
Pensei no André, naquela noite que ele dançou na marquise como um campeão depois de ter enchido a cara e ido chafurdar na Anhanguera ou na Bandeirantes... aquela fitinha toda. Lembrei da pubialgia dele, dos meses e meses de salário para ele se tratar no departamento médico. Lembrei da entrevista do Carnielli dizendo que ele ia voltar e ia ficar tudo bem. Lembrei de terem visto ele na Apô, na Gold, no Itatinga... Lembrei em silêncio claro.
O frentista veio me entregar a chave e eu lembrei que estava conversando com o Zé:
Filho, você quer ir brincar com o Antonio e com o Henrique?
Claro.
Dei a volta e, do posto mesmo, voltei à casa da vó para deixar ele. Eu tenho obrigação de acreditar nesse time. Ele tem obrigação de ser mais inteligente.

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